Parece que no século XIX, o Rio foi, junto com Paris, a cidade mais registrada no mundo. Contudo, dois nomes ligados às paisagens cariocas nos saltam aos olhos por terem suas trajetórias invisibilizadas: Maria Graham e Mestre Valentim.

Ela, uma pintora e historiadora britânica, conversando diretamente com líderes políticos, reivindicava a participação das mulheres em uma sociedade racista e misógina. Assim, nos anos de 1820 Graham viaja para Pernambuco, Bahia e para o Rio de Janeiro, local onde reside por mais tempo registrando em desenhos e aquarelas a natureza tropical.

Mestre Valentim, importante escultor negro do século XVIII, dedicou suas obras a locais públicos, como a Praça XV e o Passeio Público, vivendo como um mestre construtor. Ele influenciou no desenho urbanístico da cidade. Talhou altares católicos. Foi hábil em madeira, pedra e metal, produzindo obras civis e religiosas. Nascido em Minas Gerais, formado em Portugal, onde residiu por 20 anos, foi no Rio de Janeiro que Mestre Valentim exerceu seu ofício de modo destacado.