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endereço

Est. Santa Marinha, s/nº, Gávea, Rio de Janeiro, RJ

Horário de funcionamento

terça à domingo | 9h às 16h

Ingressos

O museu é livre e gratuito.

Uma história construída com base em fatos e datas acaba por esconder as relações complexas e fundamentais de quem a viveu.

A data de 13 de maio de 1888 [assinatura da Lei Áurea, que supostamente extinguiu a escravidão no Brasil] não representa a liberdade para o povo afrodescendente brasileiro.

Ao contrário, a lei assinada pela princesa Isabel resultou em desejos de liberdade negociados, sobretudo, pelos próprios negros que já se insurgiam em revoltas variadas, desde sempre. Como signos resultantes de um velado apartheid, seguimos separando elevadores de serviço e uniformizando as babás [que atendem as famílias ricas e brancas].

A Revolta dos Malês, a Sabinada, a Balaiada e tantos outros acontecimentos se estabeleceram sem constar nas páginas dos cadernos escolares. Motins e aquilombamentos ganharam proporções políticas incontornáveis. Na Balaiada, cerca de 12 mil revoltosos, ainda nos idos de 1830, exigiam seus justos direitos trabalhistas. Além das revoltas, as sanções comerciais, como a promovida pela Inglaterra, gerando o termo “leis para inglês ver”, obrigavam o Brasil a caminhar para a abolição, disfarçando seu passado escravocrata.

Um cartaz do Movimento Negro, quando da comemoração dos cem anos da abolição, dizia: “a princesa esqueceu de assinar nossa carteira de trabalho”.