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endereço

Est. Santa Marinha, s/nº, Gávea, Rio de Janeiro, RJ

Horário de funcionamento

terça à domingo | 9h às 16h

Ingressos

O museu é livre e gratuito.

Foi a partir do século XVI, no morro do Castelo e seus arredores, que a cidade do Rio de Janeiro cresceu e se desenvolveu

O Rio de Janeiro, na virada para o século XX, sofria com o adensamento populacional e o crescimento desordenado. Esse cenário foi favorecido pelo período pós-abolição e pelo deslocamento de muitos ex-escravizados das áreas rurais para os centros urbanos. Não apenas a cidade não possuía a infraestrutura necessária para acomodar a população crescente, como a falta de empregos e as baixas remunerações acentuaram as desigualdades.

A saída para muitos foi a ocupação da área central da cidade, onde a atividade portuária e a existência de moradias de baixo custo exerciam os maiores atrativos. Multiplicavam-se, assim, as casas de cômodos e os cortiços, marcados pela precariedade de suas construções, pela falta de saneamento e pela inexistência de privacidade entre seus moradores.

No alvorecer da República e visando à modernização que o novo regime anunciava, o poder público se empenhou no projeto de reestruturação da cidade. Seu principal alvo era, justamente, tais habitações, consideradas inadequadas e foco de doenças endêmicas que há tempos assolavam a urbe e a população carioca. Assim, aliado ao discurso sanitarista, a reforma urbana promoveu a demolição compulsória de diversas edificações, em um processo que se tornou conhecido como o “bota-abaixo”.

Despejados sem qualquer indenização ou assistência, restava aos residentes dos casarões demolidos os caminhos por abrir dos subúrbios ou a existência literalmente à margem da cidade idealizada: dirigindo-se às encostas dos morros que circundavam a área remodelada, ergueram casebres improvisados, caracterizando o processo de “favelização” que não deixaria de se acentuar até os dias atuais e que expunha os contrastes da sociedade carioca.